quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Você...


Você...
Menina...mulher,
de olhar penetrante,
sorriso ingênuo,
mãos delicadas,
cheiro estonteante...

Você...
pessoa cativante,
jeito de anjo,
protetora e fascinante,
sensível e intrigante...

Você...
dedicada e aplicada,
linda e apaixonante,
delicada e de coração puro,
sem maldade...

Você...
encanta com suas atitudes,
embeleza o ambiente,
trás entusiasmo por onde passa...

Você...
de sonho,a realidade,
mas que fica apenas como
um sonho,
pois não está na realidade...

Você...
que faz parte de um todo,
mas ao mesmo tempo,
difícil de te encontrar,
nesse todo...

Você...
ilumina os caminhos,
abre as portas da esperança,
trás segurança,
faz sorrir,
faz chorar...

Você...
sinônimo de confiança,
ousadia e perseverança,
faz enxergar,
passado imutável,
presente realístico,
futuro esperançoso...

Você...
que faz o bem,
que traz alegria,
espanta a tristeza...

Você...
ao mesmo tempo,
é tudo,
e nada,
pois está na imaginação...

Você...
mesmo que fazendo parte,
de uma realidade imaginária,
se transforma num sonho,
que todos nós,
gostaríamos de ter...

Você...

Eduardo Souza

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Amar....

Amar é para poucos



Você já esteve apaixonada por algém incapaz de gostar?

A capacidade de amar, assim como a coragem ou a inteligência, não é do mesmo tamanho em todos nós. Eu sou forçado a lembrar disso todo vez que converso com S., uma amiga de Brasília que é, possivelmente, a mulher mais apaixonada do mundo.
Quando falamos, na semana passada, ela estava em preparativos para um novo casamento. Conheceu o rapaz há poucos meses, está profundamente envolvida e, sem temor aparente, se prepara para iniciar uma vida comum. Não é a primeira vez que ela faz isso e é provável que não seja a última, mas, assim como no passado, avança para o casamento com a convicção tranquila de que, se alguma coisa der errada, não será por falta de amor, lealdade e dedicação da parte dela.
Ao contrário da minha amiga, que tem uma facilidade até exagerada de se vincular, muitos de nós sofremos do oposto: uma enorme dificuldade em criar ligações profundas e verdadeiras. O sintoma mais comum é que vivemos atormentados por dúvidas sobre a intensidade e a profundidade dos nossos sentimentos. Quem tem uma conexão emocional profunda não se pergunta a todo o momento se deveria seguir em frente ou tentar com outra pessoa.
Muitos acham difícil construir mesmo essa ponte precária em direção aos outros. Há pessoas para quem o ato de se entregar emocionalmente nem existe. Elas sentem-se de alguma forma isoladas mesmo sendo parte de um casal. Gostam, compartilham, respeitam, transam intensa e prazerosamente, mas não se sentem vinculadas. Há uma barreira invisível de privacidade que jamais é rompida. Persiste a sensação de que o outro é fundamentalmente um estranho. A delícia de sentir-se íntimo, que na minha amiga é natural como respirar, nunca foi experimentado de forma duradoura por milhões de pessoas.
Quando penso em mim e nas pessoas que conheço intimamente, me parece que existe uma progressão que vai dos apaixonados incondicionais às pessoas que não conseguem se vincular – e que a maioria de nós se encontra emocionalmente em algum ponto entre esses dois extremos. Temos graus variáveis de dificuldade para amar e sair de nós mesmos, mitigados por períodos de entrega e arrebatamento.
saiba mais
De qualquer forma, a ideia de que somos todos iguais diante do amor, e que a única dificuldade está em encontrá-lo, me parece falsa – ou pelo menos exagerada. Postos diante da possibilidade do amor, uns não conseguirão reconhecê-lo e outros terão impulso de afastar-se. Poucos serão capazes de abraçá-lo assim que ele virar a esquina. Somos diferentes também nisso.
Se pensarmos na dificuldade de se vincular como um problema, ele talvez seja mais comum entre os homens (embora eu conheça mulheres que também preferem manter-se a uma distância emocional segura). Quantos caras você conhece que trocam periodicamente de parceiras sem estabelecer um vínculo real com qualquer uma delas? Esse tipo de comportamento pode ser tanto o resultado de uma opção social quanto de uma deficiência emocional. Talvez haja alguma verdade no clichê rancoroso sobre “homens incapazes de amar”.
As causas dessas dificuldades são, para mim, insondáveis, mas me parece óbvio que o caos interior e a ansiedade em que boa parte de nós vive não ajuda a gostar de ninguém. Como criaturas tão atormentadas por seus próprios demônios conseguiriam reunir a atenção e a generosidade que o amor exige? É fácil proclamar-se apaixonado ou apaixonada a cada esquina, de forma imaginária e histérica. Mas manter um afeto duradouro na vida real exige mais do que pirotecnia e rock and roll. Exige sentimentos profundos que alguns de nós não são capazes de oferecer.
As consequências da dificuldade de amar são óbvias. A primeira é o sofrimento que ela impõe aos parceiros. É duro lidar com alguém que não está 100% ali. É chato confrontar-se com a hesitação de quem não sabe o que sente. Dói lidar com a aspereza de quem não consegue se coloca na pele do outro – ou não permite que o outro entre sob a sua própria pele.
É evidente, também, que gente com dificuldade em se entregar não tem relações satisfatórias. Para que elas existam, os laços afetivos têm de estar ancorados em algo mais sólido do que os nossos desejos imediatos, que variam de um dia para o outro. Mas a criação de laços duradouros não se faz por um ato de vontade. É preciso ser capaz de gostar, amar e confiar. É preciso sentir-se parte de algo - e alguns de nós, muitos de nós, não conseguem sentir-se parte de coisa nenhuma.

IVAN MARTINS
É editor-executivo de ÉPOCA

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Alguém Especial


Como é bom ter alguém
especial sempre ao nosso lado.
Parece que a vida toma um outro rumo,
transforma-se num mundo colorido
o vento fica mais suave, o sol brilha com
uma intensidade diferente, a lua parece
mais generosa e o mar fica mais azul.

Ter pessoas especiais
em nossa vida é como querer
recomeçar todos os dias uma vida nova,
coberta de esperança e com novos
sonhos de felicidade sem limites.
Ter alguém especial
do nosso lado é não ter rótulos.
É apenas se doar e amar...

Ter alguém especial
ao nosso lado é vivenciar, a cada
dia, o gostoso sabor do amor, quebrando
o maior de todos os paradigmas:
Que a felicidade é somente para uns
poucos iluminados.

Se houvesse uma única
missão comum a todos neste planeta,
ela só poderia ser a realização
plena da felicidade.

Então lute todos
os dias para que este sonho,
possa um dia,
se tornar uma realidade.

NÃO DEIXE O AMOR PASSAR


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Para se ter um amigo


Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Quando o seu terapeuta está a apenas um clique de distância




JAN HOFFMAN
DO "NEW YORK TIMES"

Melissa Weinblatt, 30, uma professora colegial do Oregon, costumava fazer tratamento psicológico da maneira convencional --no consultório, face a face com o psicólogo. Hoje, com seu novo médico, ela disse que pode ter uma sessão na frente do computador tomando o café da manhã ou antes de sair à noite.

Serviços de videofone como Skype e sites de terceiros como CaliforniaLiveVisit.com tornaram as sessões on-line cada vez mais acessíveis para pacientes psiquiátricos. Um site de terapia on-line, Breakthrough.com, disse que registrou 900 psiquiatras, psicólogos, conselheiros e treinadores em apenas dois anos.

Viktor Koen/The New York Times


Muitos terapeutas estão a apenas um clique de distância, mas é preciso tomar cuidado para não ser vítima de exploração
"Em três anos isto vai decolar como um foguete", disse Eric Harris, advogado e psicólogo que dá consultas pela American Psychological Association Insurance Trust.

"Todo mundo vai ter disponibilidade audiovisual em tempo real. Haverá um grupo de verdadeiros fiéis que acharão que estar em uma sala com o cliente é especial e que não se pode replicar isso em um envolvimento remoto", disse. "Mas muita gente, especialmente jovens clínicos, sentirão que não há base para se pensar assim. De todo modo, os padrões profissionais adequados terão de ser seguidos."

Weinblatt disse que prefere as sessões on-line ao antigo modelo. "Existe um conforto em carregar seu médico com você como um cobertor de segurança", disse ela. "E, como ele fica mais acessível, sinto que preciso menos dele."

O tratamento on-line inverte um elemento básico da relação terapêutica: o contato visual. Paciente e terapeuta geralmente olham para o rosto do outro na tela do computador. Mas em muitos casos a câmera fica em cima do monitor, e então os olhares ficam desviados. Vários estudos concluíram que a satisfação do paciente com a interação face a face e a terapia on-line é estatisticamente semelhante. Psicólogos dizem que certas condições poderiam ser adequadas para o tratamento on-line, incluindo agorafobia, ansiedade, depressão, distúrbio obsessivo-compulsivo e terapia comportamental cognitiva.

Sandy Huffaker/The New York Times

Marlene Maheu (na tela), terapeuta de San Diego, usa videoconferência para se comunicar com um paciente.

Mas há muitas perguntas. Como o seguro deve reembolsar a terapia on-line? As sessões de videoconferência são gravadas? São à prova de hackers? E se os pacientes tiverem colapsos?

Marlene M. Maheu, fundadora do Instituto de Saúde TeleMental, que treina provedores, disse: "É mais complexo do que as pessoas imaginam. O website de um provedor pode dizer: 'não lido com pacientes que têm tendências suicidas'. Mas é nosso trabalho avaliar os pacientes, e não lhes pedir para se autodiagnosticarem".

Ela pratica a terapia on-line, mas defende proteções ao consumidor e um treinamento rigoroso para os terapeutas. Johanna Herwitz, uma psicóloga de Nova York, experimentou o Skype para aumentar a terapia face a face. "Ele cria essa versão inferior e perversa da intimidade", disse. "O Skype não desinibe terapeuticamente os pacientes para que baixem a guarda e assumam riscos emocionais. Eu decidi não fazer mais isso."

Matt Nager/The New York Times

O psiquiatra Heath Canfield atende a alguns de seus pacientes via Skype
Heath Canfield, psiquiatra do Colorado, usa o Skype para continuar a terapia com alguns pacientes de seu antigo consultório na Costa Oeste. "Não é a mesma coisa que estar lá, mas é melhor que nada", disse. "E eu não trataria dessa maneira pessoas gravemente doentes."

As armadilhas da videoconferência com doentes mentais graves ficaram claras para Michael Terry quando ele fez avaliações para pacientes nas ilhas Aleutas, no Alasca.

"Certa vez eu estava usando um jaleco branco, e a parede atrás de mim era branca", disse Terry, que é professor na Universidade de San Diego. "Meu rosto ficou escuro por causa do contraste, e o paciente pensou que estivesse falando com o diabo."

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Halloween, 31 De Outubro: A História Do Dia Das Bruxas


Sobre bruxas

Quando você ouve falar em bruxa, muito provavelmente imagina uma velha horrorosa, com um nariz enorme, torto e verruguento, com um chapéu de copa alta na cabeça, usando um vestido preto, montada numa vassoura e dando gargalhadas sinistras e histéricas. Imaginará também que essa figura repugnante pratica magia negra e devora criancinhas. Aliás, a história da Branca de Neve contribuiu bastante para a divulgação dessa imagem. Ficará surpreso, portanto, quando souber que a palavra “bruxa” tem origem no idioma sânscrito (a língua sagrada da Índia) e significa “mulher sábia”.

A causa

A imagem distorcida que se tem dessas mulheres se deve à cruel perseguição movida contra elas pela igreja católica, na Idade Média – conhecida também como “Idade das Trevas”.
Naquele tempo, a igreja católica romana dominava todo o mundo ocidental e quem desobedecesse aos seus rígidos preceitos era torturado barbaramente e queimado vivo nas fogueiras.

Mulher acusada de bruxaria sendo queimada viva por padres medievais
Qualquer coisa que se dissesse ou fizesse, e que não estivesse escrito na Bíblia, era considerada heresia, sacrilégio e bruxaria. Foi o que aconteceu com o sábio Giordano Bruno e quase aconteceu com o gênio Galileu Galilei. Um bom retrato da brutalidade e da hipocrisia daqueles tempos vergonhosos é o filme “O Nome da Rosa”, com o ator Sean Connery, baseado no premiadíssimo livro do mesmo nome, de autoria do professor e pesquisador da Universidade de Roma Umberto Eco.

A verdade

No princípio, as bruxas eram respeitadas e admiradas como sábias e benfeitoras, até a igreja católica lhes atribuir o significado negativo de mulheres dominadas pelo demônio e por instintos inferiores. Na verdade, as bruxas eram apenas mulheres que conheciam e entendiam de ervas medicinais para cura de enfermidades e colocavam em prática seus conhecimentos, sem nada cobrar, nos vilarejos onde habitavam. Com a chegada do cristianismo, começou a imperar uma era machista. As mulheres foram então colocadas em segundo plano e tidas pelos cristãos fanáticos como objetos de pecado utilizados pelo diabo. Muitas mulheres não aceitaram essa identificação e rebelaram-se. Essas, dotadas de poder espiritual, começaram a obter novamente o prestígio que haviam perdido o que passou a incomodar o poder religioso. Assim, acusar uma mulher de bruxaria ficou fácil, bastava uma mulher casada perder a hora de acordar, que o marido a acusava de estar sonhando com o demônio. Veja a mensagem do site Wicca – uma instituição que congreba bruxos e bruxas do mundo inteiro:

Nós não somos maus.
Nós não prejudicamos nem seduzimos pessoas.
Nós não somos perigosos.
Nós somos pessoas normais como você.
Nós temos famílias, empregos, esperanças e sonhos.
Nós não somos um culto.
Nós não somos o que você acha que somos quando vê TV.
Nós rimos e choramos, exatamente como você.
Nós somos sérios, mas também temos senso de humor.
Você não precisa ter medo de nós.
Nós não queremos converter você.
E, por favor, não tente nos converter.
Apenas nos dê o mesmo direito que nós damos a você, ou seja, viver em paz.
Nós somos muito mais parecidos com você do que você imagina.

O Dia das Bruxas (Halloween)

A origem do Halloween vem das tradições dos antigos povos que habitavam a Gália e as ilhas britânicas, entre os anos 600 a.C e 800 d.C. Origalmente, o Halloween não tinha qualquer relação com bruxas. Tratava-se simplesmente de um grande festval do calendário celta, na Irlanda – o Festival de Samhain, que ocorria entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro e que marcava o fim do verão e homenageava os mortos. “Samhain” significa exatamente “fim do verão”, na língua celta. É interessante notar que o Dia de Finados cristão é celebrado precisamente no dia 2 de novembro.

Origens

A festa do Halloween tem duas origens que se mesclaram ao longo do tempo:

A origem independente tem a ver, como já dissemos, com o Festival do Samhain. A invasão das Ilhas Britânicas pelos romanos, em 46 a.C., acabou misturando a cultura latina com a celta, sendo que a celta desapareceu com o tempo. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. O festival era celebrado com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como “médiuns” entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam, nessa data, para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.


- A origem católica: desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar “Todos os Mártires”. Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV († 615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (Panteão) num templo cristão e o dedicou a “Todos os Santos”. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o papa Gregório III († 741) mudou a data para 1º de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e “All Hallow Een” até chegar à palavra atual “Halloween”.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Certas Horas


Há certas horas,em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...
Há certas horas,que só queremos a mão no ombro,o abraço apertado ou mesmo o estar ali,quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...
Há certas horas,quando sentimos que estamos pra chorar,que desejamos uma presença amiga,a nos ouvir paciente,a brincar com a gente,a nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas às maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis,nos seja de uma sinceridade inquestionável...
Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado,mas estou do seu lado...
Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor...
E estou Aqui!!!

Eduardo Souza

O Amor


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..

Fernando Pessoa by Eduardo Souza

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Esperança


‎"O teu espírito vive em busca
de um remoto objetivo exterior,
de uma meta, cujo ponto de chegada é a tua aspiração.
Mas a verdade é que - malgrado os tantos descaminhos externos -
o ponto de chegada se acha em ti, nas profundezas do teu corpo.
Lá encontras o teu segredo mais íntimo,
pelo qual vale empreender a caminhada.
Ele dorme escondido no fundo do teu coração,
no fundo de cada célula do teu corpo,
em cada recesso da sua consciência.
O SIM para ti mesmo te dá apoio.
É a palavra mais eficaz.
O veículo mais seguro
rumo à etapa importante da jornada da tua vida,
para que te aproximes do teu segredo mais profundo
e de ti mesmo..."

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Amizade


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
a amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
cada vez de forma diferente, sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Albert Einstein by Eduardo Souza

sábado, 15 de outubro de 2011

A Vida


Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"

William Shakespeare by Eduardo Souza

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Acredite sempre



Vivemos e criamos situações muitas vezes mais complicadas do que possamos enfrentar.
Sonhamos,amamos,idealizamos,acreditamos e lutamos a cada segundo para atingirmos nossos objetivos.
Porém muitas vezes somos derrotados por nós mesmos,onde um obstáculo movido pela nossa insegurança,as vezes se torna um monstro difícil de ser enfrentado e derrotado.
Nessa situação muitos desistem e retornam ao ponto de partida com um sentimento de fracasso ainda maior.
Porém ao enfrentarmos nossos monstros internos muitas vezes conseguimos ultrapassar essas barreiras imáginarias e conseguimos alcançar pelo menos "um" dos nossos sonhos.
Por isso nunca deixe de lutar pelos seus sonhos e objetivos,por mais difíceis e impossíveis que possam parecer.
Afinal é enfrentando nossos medos e inseguranças é que conseguimos enfrentar de cabeça erguida os monstros do dia a dia.
E todo dia que vc tentar e não conseguir,não desista,pois se desistir vc estará deixando de existir.
Acredite em vc sempre,por mais que os outros não deixem e não acreditem...

Eduardo Souza

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Lado Obscuro de cada um de Nós


Passou no seu casamento por aquilo que é quase um facto universal - os indivíduos são diferentes uns dos outros. Basicamente, constituem um para o outro um enigma indecifrável. Nunca existe acordo total. Se cometeu algum erro, esse erro consistiu em ter-se esforçado demasiadamente por compreender totalmente a sua mulher e por não ter contado com o facto de, no fundo, as pessoas não quererem saber que segredos estão adormecidos na sua alma. Quando nos esforçamos demasiado por penetrar noutra pessoa, descobrimos que a impelimos para uma posição defensiva e que ela cria resistências porque, nos nossos esforços para penetrar e compreender, ela sente-se forçada a examinar aquelas coisas em si mesma que não desejava examinar. Toda a gente tem o seu lado obscuro que - desde que tudo corra bem - é preferível não conhecer.

Mas isto não é erro seu. É uma verdade humana universal que é indubitavelmente verdadeira, mesmo que haja imensas pessoas que lhe garantam desejar saber tudo delas próprias. É muito provável que a sua mulher tivesse muitos pensamentos e sentimentos que a tornassem desconfortável e que ela desejava ocultar de si mesma. Isto é simplesmente humano. É também por este motivo que tantas pessoas idosas se refugiam na própria solidão, onde não serão incomodadas. E é sempre sobre coisas de que elas não desejariam estar muito cientes. O senhor não é, obviamente, responsável pela existência destes conteúdos psíquicos. Se, apesar disto, ainda for atormentado por sentimentos de culpa, reflicta então sobre os pecados que não cometeu e que gostaria de ter cometido. Isto poderá eventualmente curá-lo dos seus sentimentos de culpa relativamente à sua mulher.

Carl Jung, in 'Cartas'

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ESSE OBSCURO OBJETO DO DESEJO




Vera Lúcia Rial Gerpe


"Lenta é a experiência de todos os poços profundos:
longamente têm de esperar,
antes de saberem o que caiu em seu fundo."
F. Nietzsche.1

Uma das principais contribuições trazidas pela Psicanálise ao campo dos saberes que constituem as ditas Ciências Humanas foi a possibilidade de questionamento do desejo humano. A partir da teoria e da prática analíticas, o desejo passou a constituir a marca da singularidade em cada sujeito; mais que isso, ao conceber esse sujeito como se estruturando a partir da linguagem, a psicanálise instituiu uma ruptura entre a ordem do humano e a ordem da natureza, de modo que o desejo humano pôde ser concebido como irredutível ao desejo animal.

Os "Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade"(1905), ao afirmarem a variabilidade do objeto da pulsão, produziram um abismo intransponível entre uma concepção psicanalítica do homem e uma concepção biológica, introduzindo a distinção entre pulsão e instinto. Contrariamente ao objeto da necessidade ou do instinto, objeto pré-determinado que desencadeia uma ação específica, o objeto da pulsão caracteriza-se essencialmente por ser variável, rompendo com os limites e a fixidez do pensamento biologizante.

Entretanto, uma análise mais detalhada da teoria psicanalítica nos coloca frente a alguns desenvolvimentos teóricos que parecem soar contraditórios no que diz respeito a essa não-fixidez relativa ao objeto, tal como nos revela o estatuto assumido pelo objeto no ato incorporativo próprio à melancolia.
No sentido de pontuar esses momentos, tomaremos por base a distinção que Diana Rabinovich estabelece entre três tipos de perda na constituição da sexualidade humana.2 Em primeiro lugar, a perda do objeto enquanto objeto da necessidade, ou seja, a passagem da satisfação da necessidade à realização do desejo; em segundo lugar, a perda do objeto enquanto real, na medida em que se efetua a sua incorporação, inaugurando o auto-erotismo; por fim, a perda do objeto eleito, verdadeiramente Outro, ou seja, a perda do objeto de amor.

A cada uma dessas perdas corresponderia uma noção de objeto: a primeira diria respeito ao objeto do desejo; a segunda, ao objeto da pulsão, e, por último, teríamos o objeto de amor. Mas é somente a partir do momento em que a primeira dessas perdas se efetua que os demais objetos poderão se constituir, na medida em que os objetos de amor e da pulsão se revelam já como substitutos para o objeto perdido do desejo. O luto por esse objeto primordial instaura, pois, uma nova ordem subjetiva.

Quando, na "Interpretação dos Sonhos"(1900), Freud faz corresponder a satisfação da necessidade à realização de uma ação específica, ao passo que a realização do desejo estaria vinculada à identidade perceptiva, podendo se dar pela via da alucinação, o que está em jogo é a própria complementaridade sujeito-objeto no que se refere ao desejo humano. O objeto não deixa de ser necessário, mas admite uma tal variabilidade que pode ser, inclusive, um objeto alucinado. O sujeito não se liberta do objeto, mas torna-se mais livre na medida em que é ele que o constitui enquanto tal; sua existência está condicionada a uma escolha do sujeito, escolha que pode, inclusive, contrariar os modelos de adaptação biológica do homem ao seu ambiente.
Os traços mnêmicos que serão reinvestidos no caminho regressivo para a realização do desejo, buscando reencontrar uma satisfação originária, estabelecem já uma cisão entre o sujeito humano e o mundo biológico.

Pois esse traço não é meramente um erro de interpretação de um sujeito imaturo que carece ainda dos meios para avaliar corretamente a 'realidade', ela é o surgimento de uma nova realidade, tão material quanto outras, que é a realidade psíquica freudiana, cuja legalidade resiste a um critério puramente empírico e utilitarista da subjetividade.3

A aproximação entre o objeto do desejo e o da necessidade encontra um ponto de apoio no objeto de investimento pulsional, particularmente no que diz respeito ao conceito de fixação. O objeto parece retomar seu atributo de necessário, e a linha entre as concepções de pulsão e instinto torna-se mais tênue. Tal aproximação, contudo, tem razão de ser, pois a concepção de objeto de investimento pulsional não pode ser desvinculada do registro corporal, especialmente se tratamos das pulsões parciais buscando satisfação nas zonas erógenas mais variadas. Mas aproximar não é o mesmo que identificar: posto que a concepção de zonas erógenas como regiões do corpo que estariam para além daquelas biologicamente destinadas ao prazer perverte a noção de um organismo biológico, dando lugar a um corpo propriamente psicanalítico.

A escolha do objeto de amor parece, por vezes, pretender o retorno ao reino perdido das necessidades. É preciso investir no outro enquanto aquele que será um complemento narcísico, que possibilitará o retorno à mítica satisfação original. Mas aqui dois empecilhos já se colocam: em primeiro lugar, trata-se de uma escolha, de modo que o objeto está longe de ser necessário – foi eleito dentre um mundo de outros possíveis. Em segundo lugar, esse objeto já é efetivamente Outro, e não deixa de dar mostras dessa alteridade, destruindo gradativamente a ilusão de complementaridade narcísica, o que, via de regra, conduz à busca de novos objetos.

Ora, o objeto incorporado na melancolia resulta também, fora de dúvida, de uma escolha efetuada sobre bases narcísicas. O mesmo golpe na onipotência narcísica tem lugar, a ilusão de complementaridade é abalada – o sujeito, contudo, precisa reconstruí-la a qualquer preço, e neste empreendimento todo valor é dado ao objeto.

Se este é perdido, não é possível reconhecer nele qualquer traço que revele que, de qualquer forma, ele não se adequava a um projeto a priori impossível; o sujeito então se aferra a este objeto como sendo o objeto, único, imprescindível.

Tal grau de investimento narcísico encontra correspondência apenas no estado de paixão, em que o outro adentra o espaço do sujeito de um modo igualmente invasor e totalizante. Mas a paixão parece ser inteiramente função do tempo de duração da ilusão de complementaridade – aos poucos, o objeto perfeito começa a inadequar-se a essa construção imaginária, que não se sustentará, então, por muito tempo, e cuja derrocada final corresponde invariavelmente à raiva em relação a este objeto que, afinal de contas, pôde ser de tal forma indigno de amor.

Na melancolia, ao contrário, o que se busca é a eternização da relação pela via da incorporação do objeto; a ilusão de completude não se desfaz e não é reconstruída, como na paixão, pois aqui ela ocupa o lugar do ideal, ao qual o ego se esforça por seguir. O objeto perdido é também o objeto ideal, ideal de um ego que não pode reconhecer a impossibilidade de fazer dessa escolha a única possível, como se de uma necessidade efetivamente biológica se tratasse.

Neste sentido, a afirmação de Lacan "A fantasia é a sustentação do desejo, não é o objeto que é a sustentação do desejo"4 parece, ela própria, não se sustentar no que diz respeito à metapsicologia da melancolia. Pois, diferentemente da identificação histérica, a incorporação na melancolia não faz da fantasia algo de apaziguador, algo que permita ao sujeito driblar, de alguma forma, o confronto com a castração. O desejo parece circular, efetivamente, em torno do objeto, cuja ausência qualquer produção fantasmática é incapaz de preencher.

A complexa relação identificatória entre o ego e o objeto na melancolia parece encobrir uma questão que não diz respeito apenas à escolha de um objeto de amor, mas à própria instauração do objeto de desejo, dada a dificuldade em aceitar a impossibilidade de retorno a um momento originário de satisfação, ou, em outros termos, de aceitar a Coisa (das Ding) enquanto para sempre perdida. É em torno dessa questão que procuraremos nos centrar, a saber, na impossibilidade de aceitação dessa perda original e estruturante e na conseqüente "falência do significante" 5, para retomar o termo utilizado por J. Kristeva.

ENTRE O OBJETO E A COISA

A noção de das Ding é retirada da Filosofia e introduzida na Psicanálise através do "Projeto para uma Psicologia Científica", de 1895. Nesse texto, ela é utilizada para dar ênfase à qualidade mítica de um momento primeiro de satisfação, para sempre irrecuperável. Os signos da alucinação permitiriam apenas re-conhecer o objeto original, posto que este jamais será dado a conhecer efetivamente.

Essa noção permeia também toda a "Interpretação dos Sonhos"(1900), em que Freud procura descrever essa primeira experiência de satisfação e a tentativa de retorno a ela pelo movimento de regressão do estímulo no sonho e na alucinação. A noção de temporalidade revela-se fundamental nesse momento da metapsicologia freudiana, posto que a regressão de que se trata aqui diz respeito essencialmente ao retorno a uma experiência anterior de satisfação, muito mais que a um mero retorno espacial de um estímulo que encontra a via à motilidade barrada, como no caso do sonho.

É Lacan, entretanto, que concederá maior relevo a esta noção, situando-a por exclusão, ou seja, como aquilo sobre o qual não há representação possível.
O Ding como estranho e podendo mesmo ser hostil num dado momento, em todo caso como o primeiro exterior, é em torno do que se orienta todo o encaminhamento do sujeito.6

Ainda que não seja representável, das Ding é aquilo em torno de que se constituirão todas as representações. É nessa irrepresentabilidade de das Ding, ou na morte da Coisa, que reside a possibilidade de representar, no sentido de tornar novamente presente algo que foi irremediavelmente perdido. Isto porque não se pode pensar, em termos psicanalíticos, em uma representação atrelada ao referente. Seria como pensar uma pulsão indissociável do objeto. Sem essa perda original, o que teríamos seriam apenas signos, e não significantes. Aceder à palavra implica, pois, na perda de um passado de completude imaginária, condição sine qua non do desejo humano. Em nosso universo de representações, são os objetos que figuram como substitutos da Coisa perdida, e que mantêm com ela uma distância insuperável, a que separa a ordem simbólica da ordem do real. Da experiência primária de satisfação do bebê junto à mãe ao chefe da horda primeva de "Totem e Tabu" (1913), a idéia de absoluto, de um estado de não-desamparo, permeia toda a teoria psicanalítica.

Retomando a questão da identificação, é possível afirmar que as identificações primárias1 na melancolia falham em assegurar o que poderíamos considerar uma passagem da Coisa ao objeto, que resultaria na possibilidade de deslizamento dos objetos do desejo, ainda que sob o signo da repetição. A Coisa foi, de fato, para sempre perdida, mas a passagem às relações objetais não se efetuou - nesse sentido, o que se tem é uma perda não-elaborada a partir da qual instala-se um vazio, que só pode ser recoberto a partir da eleição de um objeto com o qual se manterá uma relação de univocidade. É pelas vias desse objeto que se almeja ter acesso à Coisa, na melancolia, e é nesse sentido que é preciso agarrar-se a essa única garantia de plenitude.

O que está em jogo, portanto, é uma relação particular com a falta, em que o melancólico se vê todo o tempo face à questão da castração, lutando incessantemente numa tentativa infrutífera de preencher, com o objeto eleito, um vazio inaugural. Tudo se passa como se o melancólico pretendesse tomar esse vazio, caracterizado precisamente por sua indeterminação, como uma falta, para a qual haveria um objeto correspondente, passível de preenchê-la. A manutenção dessa espécie de prótese revela-se como única saída face à possibilidade de fragmentação de um ego que não se constituiu a partir de uma história de identificações sucessivas, e sim a partir de uma identificação única, ou melhor, de um ato incorporativo. A diferença que a teorização freudiana permite estabelecer entre identificação e eleição de objeto, no primeiro caso tratando-se de ser semelhante ao objeto, e no segundo de tê-lo propriamente, se evanesce no ato de incorporação, que pretende resolver o impasse de uma libido aprisionada em um objeto cuja inexistência é atestada pela realidade.

Assim, o que o melancólico não pode aceitar é que esse vazio é algo de estrutural, posto que a condição do desejo humano é que ele comporte uma hiância; ou seja, que a Coisa é para sempre perdida, dado que somos seres irremediavelmente presos à linguagem. Como afirma Kristeva:

O depressivo não suporta Eros, ele se prefere com a Coisa até o limite do narcisismo negativo que o conduz a Tanatos. 7
Se não há significação possível para aquilo de que o melancólico se julga privado, entende-se por que seu discurso gira sempre em torno do não-sentido da existência. E se para nós, sujeitos supostos falantes, o sentido é justamente aquilo de que não podemos prescindir, compreende-se por que a idéia de morte bate tantas vezes à porta do melancólico - enquanto encontro com o real, a morte estaria intimamente ligada a esse sentido ausente. Essa ligação pode ser compreendida de dois modos distintos: seja enquanto possibilidade de transpor a ordem simbólica, seja enquanto tentativa extremada de simbolização. Nos dois casos, o apelo à palavra revela-se, de qualquer forma, fracassado – a falência do significante revela-se em toda a sua dimensão.
E isto porque das Ding é, em última instância, algo de inominável, tal como define Lacan:

Das Ding é originalmente o que chamaremos de o fora-do-significado. É em função desse fora-do-significado e de uma relação patética a ele que o sujeito conserva sua distância e constitui-se num mundo de relação, de afeto primário, anterior a todo recalque."8

O vazio que o melancólico tenta, então, pôr em palavras, é do tamanho de sua adesão imaginária à Coisa perdida2; a repetição e a monotonia do discurso não expressam mais que o anseio por esse reencontro. O que o sujeito almeja é uma relação de complementaridade com o objeto; nesse sentido, se dissemos que esse objeto não é da ordem da paixão, poderíamos afirmar que ele seria o verdadeiro objeto de amor, no sentido de uma construção imaginária que vem encobrir uma hiância estrutural, que visa suprir uma relação impossível. Mas tal exigência eleva-o a uma categoria outra que não a de objeto, e torna-se possível afirmar que, em última análise, não haveria objetos para o sujeito melancólico – dito de outra forma, só há objeto enquanto elevado ao lugar e à categoria da Coisa.

NOTAS

Nietzsche, F. Assim Falou Zaratustra, trad. Silva, M., São Paulo: Ed. Círculo do Livro, 1988, p.68 (o grifo é do autor).
2. Rabinovich, D. El Concepto de Objeto en la Teoria Psicanalitica, Col. Los Ensayos, nº I, Ed. Manantial, p.23.
3. ibid p.14, trad. livre. Lacan, J. O Seminário, Livro XI – Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1988, p. 175.
5. Kristeva, J. Sol Negro - Depressão e Melancolia, Rio de Janeiro: Rocco, 1989, p.17.
6. Lacan, J. O Seminário, Livro7 – A Ética da Psicanálise, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1991, p.69.
7. Kristeva, J. op. cit., p.26.
8. Lacan, J. op. cit., p. 71.

1 Relembramos que por "identificação primária" entendemos a "identificação ao pai (ou aos pais) na pré-história pessoal", tal como expõe Freud em "O Ego e o Id", ESB, vol. XIX, p.45.

2 Não compartilhamos da opinião de J. Kristeva (1989), que vincula a perda da Coisa à perda do objeto materno, pois julgamos que a Coisa está para além de qualquer identificação objetal, dizendo respeito muito mais a uma ordenação específica, a do real, que a um dado objeto de investimento.

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O presente artigo constitui um dos capítulos da dissertação de Mestrado intitulada "Entre a perda do objeto e o advento da palavra: a metapsicologia da melancolia", apresentada à UFRJ em agosto/98.

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Dados sobre a autora:
Vera Lúcia Rial Gerpe - Doutoranda em Teoria Psicanalítica pela UFRJ.
Mestre em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, 1998.
Formação de Psicólogo, UFRJ, 1996.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011


“Respeito verdadeiro é valorizar a própria existência e a dos outros também.
Não está conectado com o papel, posição social,capacidade ou talento.
Respeito é a percepção de que todos têm valor,todos são únicos.
Quando há respeito,há compreensão.
Quando há respeito,o dar e receber acontece com base no amor.
Apenas quando dou respeito,eu recebo respeito dos outros.”


Brahma Kumaris

Primavera


Assim como a primavera é muito amada pelas árvores, pássaros e peixes... Você não conhece sua primavera espiritual íntima. Ela ainda não veio, você ainda não a convidou. A primavera exterior vem e vai, vem e vai, mas a primavera interior só vem e nunca vai. É uma primavera eterna. Suas flores são flores da eternidade.
Uma vez iluminado você fica para sempre iluminado. Não há nenhum modo de voltar atrás. Quão mais esplendorosa e quão mais milagrosa será a primavera interior! Mesmo a exterior é tão grande; a interior não é apenas quantitativamente grande, ela é também qualitativamente grande.
A busca da verdade é a busca da primavera interior.

Osho Christianity The Deadliest Poison and Zen

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cérebro usa áreas diferentes para julgar e punir, segundo pesquisa


Para a maioria das pessoas, o senso de justiça determina que os responsáveis por crimes ou injustiças sejam castigados. Julgamento e punição, porém, não estão intimamente relacionados – pelo menos não no sistema cerebral. Segundo pesquisa recente publicada pela Neuron, a elaboração de cada um desses processos ocorre em duas áreas neurológicas distintas: uma ligada a análises lógicas e racionais e outra vinculada às emoções.

O grupo de pesquisa, composto por juristas e neurocientistas da Universidade Vanderbilt, no Tennessee, mostrou diversas reconstituições de crimes e explicou para os voluntários o delito cometido, as condições socioambientais e as relações entre as pessoas envolvidas. Com base nessas informações, os participantes deveriam dar seu veredicto e indicar uma punição que variava de zero (nenhuma) a nove (máxima). Enquanto isso, tinham o cérebro monitorado por meio de ressonância magnética funcional (fMRI).

Após avaliar os resultados, os pesquisadores observaram que o córtex pré-frontal dorsolateral direito, ligado ao pensamento analítico, fora ativado quando as pessoas estavam pensando sobre a culpa do acusado – e quanto mais os voluntários acreditavam que o réu realmente havia cometido o crime, mais intensa era a ativação. Na hora de determinar a punição, porém, foram acionados a amígdala e o córtex cingulado, regiões normalmente acessadas quando as pessoas se sentem injustiçadas – o que mostra uma tendência a se identificar com a situação.

A conclusão indica que os julgamentos não são feitos de forma completamente racional, o que pode alterar o desfecho de uma situação, dependendo do grau de empatia que o juiz sente pelo réu.

Fonte: Mente e Cérebro

domingo, 18 de setembro de 2011

Quando as crianças gays começam a agir como tal?


Quando as crianças gays começam a agir como tal?

Pergunta: Um distrito escolar de Minnesota está enfrentando investigação do Departamento de Justiça e uma ação judicial particular por seu suposto fracasso em combater o bullying sofrido por homossexuais. Um dos queixosos/estudantes é um garoto de 14 anos que não declarou sua orientação sexual, mas vinha sendo perseguido por suas roupas e seu amor por cantar músicas de Lady Gaga. Quando as crianças homossexuais começam a exibir sinais reveladores? Resposta: Em alguns casos, logo no começo da infância. Muitas pesquisas mostram que meninos de 3 anos que rompem com os papéis tradicionais de gênero possuem maior probabilidade de se tornar adultos homossexuais.

Comportamentos indicadores incluem brincar com bonecas, se afastar de brigas e mostrar interesse por maquiagem e roupas femininas. A proporção não é de um para um e certamente não é verdade que todo menino que gosta de bonecas acaba se tornando gay. A correlação é muito mais fraca na direção contrária: um número desproporcional de meninos que não se adequa a estereótipos de gênero acabam se tornando homens gays, mas muitos homens homossexuais brincavam com carrinhos e jogaram futebol na equipe do colegial. A relação também não parece ser tão forte entre meninas. Meninas com modos masculinizados não possuem tanta probabilidade de se tornar adultas lésbicas.

O psiquiatra Richard Green conduziu o principal estudo nesse campo, nas décadas de 1970 e 1980. Ele acompanhou, da infância à maioridade, 44 meninos que desafiavam os papéis tradicionais de gênero. 30 deles se tornaram adultos gays ou bissexuais, enquanto apenas uma criança do grupo de controle, contendo 34 participantes em conformidade com os padrões, se tornou gay. Os meninos que mais se desviavam do comportamento convencional de garotos apresentaram maiores chances de ser homossexuais. Desde então, o estudo de Green foi repetido por outros pesquisadores com resultados similares (estudos com meninas mostram que apenas 25 por cento das meninas fora dos padrões de feminilidade acabam se tornando lésbicas).

Não existe uma idade mágica na qual as crianças adotam um comportamento estereotipicamente gay, mantendo-o até a maioridade. É difícil apontar o início da desconformidade e a tendência de uma pessoa para o comportamento masculino pode aumentar e diminuir ao longo da infância. Algumas mulheres dizem a psicólogos que sentiram que seu filho era gay ainda na infância.

Elas alegam que a criança se comportava diferentemente de seus irmãos do mesmo sexo quando apanhada no colo, mostrando maior interesse em ficar juntos (essas histórias, porém, podem ser inclinações retroativas). Meninos com desconformidade de gênero também tendem a adotar papéis mais tradicionais no ensino médio e colegial, muitas vezes como uma tentativa de acobertar sua identidade sexual.

Alguns pesquisadores acham que crianças com desconformidade de gênero usam seus brinquedos como um ensaio para a maioridade homossexual. Meninas brincam com bonecas, saltos altos e maquiagem porque estão praticando o papel de esposa. Meninos gays de 3 anos não conseguem verbalizar seu desejo de estar com um homem enquanto crescem – embora muitas dessas crianças demonstrem comportamentos de paixonite em relação a homens adultos _, mas podem estar tentando aprender o comportamento que, mais tarde, irá atrair um parceiro do sexo masculino. Psiquiatras também apontam que esses meninos geralmente não brincam com bonecas ou imitam comportamentos maternais, como fazem muitas meninas pequenas. Essas tentativas de explicar a base do comportamento de desconformidade de gênero, porém, são principalmente especulativas.

The New York Times News Service/Syndicate

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Não basta ter vida, é preciso viver....


"Quão longa é a vida e quão imprevisível é?
Podes pagar por esperar embora arrisque depois,embora possas arriscar agora e sofrer depois,ou simplesmente arriscar agora e ser feliz em ter quem sempre sonhastes.
Não deixe que a vida escolha por você,arrisque.
Quantas vezes observastes a lua?
Quantos amores perdestes e quantos nem chegastes a ter?
Quantas dúvidas e quantos mistérios,quantas perguntas sem respostas?
Quando a vida em si não responde quem ela é....
Pensar é quase nada diante de agir, planejar é nada se comparado à o "por em prática",viver é chorar,sofrer,é sorrir,é amar...
Uma mão que te toca a face,ao som de palavras doces,
um abraço,uma declaração,e a certeza de que tudo foi feito,e que os resultados sejam apenas resultados.
O que importa mesmo é a beleza da álgebra com seus cálculos magníficos,onde se chegou é tão comum...,mas o incomum mesmo é as formas usadas para se chegar lá. O "agora" já deixa de ser "agora",quando eu termino de digitar essa pequena frase.
O "agora" é instantâneo,ele se desfaz,vira pó,e o depois talvez nem venha a existir.
Há quem diga que se passado fosse bom era presente,mas presente mesmo são as belas recordações do que vivemos,é tão mágico tentar entender o que sabemos que nunca chegaremos a desvendar.
Aliás nunca é tempo demais para uma única vida.
Viver é ir além dos lugares que já nos habituamos a ir,
é redescobrir-se e descobrir o novo.
Cada novo dia,cada nova esperança,cada vez que a lua surgir no céu,cada dia que o sol iluminar minha vida....
Sorrirei na certeza de que possuo em mim,
o maior dom que no mundo existe.
O dom de viver...."

É preciso saber viver


Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver....

Toda pedra do caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver....

Titãs

Segredos


Eu procuro um amor
Que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei...

Nos seus olhos quero descobrir
Uma razão para viver
E as feridas dessa vida
Eu quero esquecer...

Pode ser que eu a encontre
Numa fila de cinema
Numa esquina
Ou numa mesa de bar...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

E eu vou tratá-la bem
Prá que ela não tenha medo
Quando começar a conhecer
Os meus segredos...

Eu procuro um amor
Uma razão para viver
E as feridas dessa vida
Eu quero esquecer...

Pode ser que eu gagueje
Sem saber o que falar
Mas eu disfarço
E não saio sem ela de lá...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

E eu vou tratá-la bem
Prá que ela não tenha medo
Quando começar a conhecer
Os meus segredos...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

Eu procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

Frejat

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sinais de esquizofrenia são identificados em recém-nascidos


Imagens mostram cérebro de recém-nascido com alto risco para a esquizofrenia (esquerda) com ventrículos laterais maiores e um cérebro de um recém-nascido do grupo de controle. Crédito: John Gilmore, MD

Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, identificaram pela primeira vez anormalidades cerebrais em recém-nascidos com alto risco para a esquizofrenia. A descoberta pode levar a diagnósticos cada vez mais precoces do transtorno mental.

A esquizofrenia é um transtorno mental debilitante que afeta uma em cada 100 mil pessoas em todo o mundo. A maioria dos casos é detectada na adolescência ou na fase adulta, quando a pessoa passa a apresentar sintomas como delírios e alucinações, fazendo com que a intervenção terapêutica seja tardia.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores utilizaram ultrassom e ressonância magnética para examinar o desenvolvimento de cérebros de 26 recém-nascidos de mães com esquizofrenia (embora não se saiba a causa exata da doença, sabe-se que o fator genético é forte). A equipe observou que entre meninos o cérebro, com maior espaço entre os ventrículos laterais.

“É possível que o alargamento seja um marcador precoce de um cérebro que vai ser diferente?”, questiona John H. Gilmore, autor do estudo publicado no American Journal of Psychiatry. Os pesquisadores não encontraram diferença entre cérebros de meninas, o que reforça as conclusões, já que a esquizofrenia é mais comum – e muitas vezes mais grave – no sexo masculino.

“Estamos acompanhando estas crianças durante a infância”, diz Gilmore. “A equipe vai continuar a medir a inteligência das crianças, seguindo também suas competências lingüísticas, habilidades motoras e desenvolvimento da memória”. Os pesquisadores pretendem também recrutar mais mulheres para o estudo.

Apesar de ser um primeiro indício de que é possível encontrar sinais no cérebro de indivíduos na primeira infância, a equipe acredita que os resultados da pesquisa podem fornecer novas abordagens para impedir que crianças de alto risco desenvolvam a esquizofrenia. “A pesquisa vai nos dar uma ideia melhor de quando o desenvolvimento do cérebro se torna diferente”, ressalta Gilmore.

Esquizofrenia de um jeito simples de entender


O que é?

Apesar da exata origem não estar concluída, as evidências indicam mais e mais fortemente que a esquizofrenia é um severo transtorno do funcionamento cerebral. A Dra Nancy Andreasen disse: "As atuais evidências relativas às causas da esquizofrenia são um mosaico: a única coisa clara é a constituição multifatorial da esquizofrenia. Isso inclui mudanças na química cerebral, fatores genéticos e mesmo alterações estruturais. A origem viral e traumas encefálicos não estão descartados. A esquizofrenia é provavelmente um grupo de doenças relacionadas, algumas causadas por um fator, outras, por outros fatores".

A questão sobre a existência de várias esquizofrenias e não apenas uma única doença não é um assunto novo. Primeiro, pela diversidade de manifestações como os sub-tipos paranóide, hebefrênico e catatônico além das formas atípicas,que são conhecidas há décadas. Segundo, por analogia com outras áreas médicas como o câncer. O câncer para o leigo é uma doença que pode atingir diferentes órgãos. Na verdade trata-se de várias doenças com manifestação semelhante. Para cada tipo de câncer há uma causa distinta, um tratamento específico em chances de cura distintas. São, portanto, várias doenças. Na esquizofrenia talvez seja o mesmo e o simples fato de tratá-la como uma doença só que atrapalha sua compreensão.Poucos sabemos sobre essa doença. O máximo que conseguimos foi obter controle dos sintomas com os antipsicóticos. Nem sua classificação, que é um dos aspectos fundamentais da pesquisa, foi devidamente concluída.



Como Começa?

A esquizofrenia pode desenvolver-se gradualmente, tão lentamente que nem o paciente nem as pessoas próximas percebem que algo vai errado: só quando comportamentos abertamente desviantes se manifestam. O período entre a normalidade e a doença deflagrada pode levar meses.

Por outro lado há pacientes que desenvolvem esquizofrenia rapidamente, em questão de poucas semanas ou mesmo de dias. A pessoa muda seu comportamento e entra no mundo esquizofrênico, o que geralmente alarma e assusta muito os parentes.

Não há uma regra fixa quanto ao modo de início: tanto pode começar repentinamente e eclodir numa crise exuberante, como começar lentamente sem apresentar mudanças extraordinárias, e somente depois de anos surgir uma crise característica.
Geralmente a esquizofrenia começa durante a adolescência ou quando adulto jovem. Os sintomas aparecem gradualmente ao longo de meses e a família e os amigos que mantêm contato freqüente podem não notar nada.

É mais comum que uma pessoa com contato espaçado por meses perceba melhor a esquizofrenia desenvolvendo-se. Geralmente os primeiros sintomas são a dificuldade de concentração, prejudicando o rendimento nos estudos; estados de tensão de origem desconhecida mesmo pela própria pessoa e insônia e desinteresse pelas atividades sociais com conseqüente isolamento. A partir de certo momento, mesmo antes da esquizofrenia ter deflagrado, as pessoas próximas se dão conta de que algo errado está acontecendo. Nos dias de hoje os pais pensarão que se trata de drogas, os amigos podem achar que são dúvidas quanto à sexualidade, outros julgarão ser dúvidas existenciais próprias da idade. Psicoterapia contra a vontade do próprio será indicada e muitas vezes realizada sem nenhum melhora para o paciente.

A permanência da dificuldade de concentração levará à interrupção dos estudos e perda do trabalho. Aqueles que não sabem o que está acontecendo, começam a cobrar e até hostilizar o paciente que por sua vez não entende o que está se passando, sofrendo pela doença incipiente e pelas injustiças impostas pela família. É comum nessas fases o desleixo com a aparência ou mudanças no visual em relação ao modo de ser, como a realização de tatuagens, piercing, cortes de cabelo, indumentárias estranhas e descuido com a higiene pessoal. Desde o surgimento dos hippies e dos punks essas formas estranhas de se apresentar, deixaram de ser tão estranhas, passando mesmo a se confundirem com elas. O que contribui ainda mais para o falso julgamento de que o filho é apenas um "rebelde" ou um "desviante social".

Muitas vezes não há uma fronteira clara entre a fase inicial com comportamento anormal e a esquizofrenia propriamente dita. A família pode considerar o comportamento como tendo passado dos limites, mas os mecanismos de defesa dos pais os impede muitas vezes de verem que o que está acontecendo; não é culpa ou escolha do filho, é uma doença mental, fato muito mais grave.

A fase inicial pode durar meses enquanto a família espera por uma recuperação do comportamento. Enquanto o tempo passa os sintomas se aprofundam, o paciente apresenta uma conversa estranha, irreal, passa a ter experiências diferentes e não usuais o que leva as pessoas próximas a julgarem ainda mais que o paciente está fazendo uso de drogas ilícitas. É possível que o paciente já esteja tendo sintomas psicóticos durante algum tempo antes de ser levado a um médico.

Quando um fato grave acontece não há mais meios de se negar que algo muito errado está acontecendo, seja por uma atitude fisicamente agressiva, seja por tentativa de suicídio, seja por manifestar seus sintomas claramente ao afirmar que é Jesus Cristo ou que está recebendo mensagens do além e falando com os mortos. Nesse ponto a psicose está clara, o diagnóstico de psicose é inevitável. Nessa fase os pais deixam de sentir raiva do filho e passam a se culpar, achando que se tivessem agido antes nada disso estaria acontecendo, o que não é verdade. Infelizmente o tratamento precoce não previne a esquizofrenia, que é uma doença inexorável. As medicações controlam parcialmente os sintomas: não normalizam o paciente. Quando isso acontece é por remissão espontânea da doença e por nenhum outro motivo.


O Diagnóstico

Não há um exame que diagnostique precisamente a esquizofrenia, isto depende exclusivamente dos conhecimentos e da experiência do médico, portanto é comum ver conflitos de diagnóstico. O diagnóstico é feito pelo conjunto de sintomas que o paciente apresenta e a história como esses sintomas foram surgindo e se desenvolvendo. Existem critérios estabelecidos para que o médico tenha um ponto de partida, uma base onde se sustentar, mas a maneira como o médico encara os sintomas é pessoal. Um médico pode considerar que uma insônia apresentada não tenha maior importância na composição do quadro; já outro médico pode considerá-la fundamental. Assim os quadros não muito definidos ou atípicos podem gerar conflitos de diagnóstico.


Como reconhecer a esquizofrenia ainda no começo?

O reconhecimento precoce da esquizofrenia é uma tarefa difícil porque nenhuma das alterações é exclusiva da esquizofrenia incipiente; essas alterações são comuns a outras enfermidades, e também a comportamentos socialmente desviantes mas psicologicamente normais . Diagnosticar precocemente uma insuficiência cardíaca pode salvar uma vida, já no caso da esquizofrenia a única vantagem do diagnóstico precoce é poder começar logo um tratamento, o que por si não implica em recuperação. O diagnóstico precoce é melhor do que o diagnóstico tardio, pois tardiamente muito sofrimento já foi imposto ao paciente e à sua família, coisa que talvez o tratamento precoce evite. O diagnóstico é tarefa exclusiva do psiquiatra, mas se os pais não desconfiam de que uma consulta com este especialista é necessária nada poderá ser feito até que a situação piore e a busca do profissional seja irremediável. Qualquer pessoa está sujeita a vir a ter esquizofrenia; a maioria dos casos não apresenta nenhuma história de parentes com a doença na família. Abaixo estão enumeradas algumas dicas: como dito acima, nenhuma delas são características mas servem de parâmetro para observação.

* Dificuldade para dormir, alternância do dia pela noite, ficar andando pela casa a noite, ou mais raramente dormir demais
* Isolamento social, indiferença em relação aos sentimentos dos outros
* Perda das relações sociais que mantinha
* Períodos de hiperatividade e períodos de inatividade
* Dificuldade de concentração chegando a impedir o prosseguimento nos estudos
* Dificuldade de tomar decisões e de resolver problemas comuns
* Preocupações não habituais com ocultismos, esoterismo e religião
* Hostilidade, desconfiança e medos injustificáveis
* Reações exageradas às reprovações dos parentes e amigos
* Deterioração da higiene pessoal
* Viagens ou desejo de viajar para lugares sem nenhuma ligação com a situação pessoal e sem propósitos específicos
* Envolvimento com escrita excessiva ou desenhos infantis sem um objetivo definido
* Reações emocionais não habituais ou características do indivíduo
* Falta de expressões faciais (Rosto inexpressivo)
* Diminuição marcante do piscar de olhos ou piscar incessantemente
* Sensibilidade excessiva a barulhos e luzes
* Alteração da sensação do tato e do paladar
* Uso estranho das palavras e da construção das frases
* Afirmações irracionais
* Comportamento estranho como recusa em tocar as pessoas, penteados esquisitos, ameaças de auto-mutilação e ferimentos provocados em si mesmo
* Mudanças na personalidade
* Abandono das atividades usuais
* Incapacidade de expressar prazer, de chorar ou chorar demais injustificadamente, risos imotivados
* Abuso de álcool ou drogas
* Posturas estranhas
* Recusa em tocar outras pessoas

Nenhum desses sinais por si comprovam doença mental, mas podem indicá-la. Pela faixa etária esses sinais podem sugerir envolvimento com drogas, personalidade patológica ou revolta típica da idade. Diferenciar a esquizofrenia do envolvimento com drogas pode ser feito pela observação da preocupação constante com dinheiro, no caso de envolvimento com drogas, coisa rara na esquizofrenia. A personalidade patológica não apresenta mudanças no comportamento, é sempre desviante, desde as tenras idades. Na esquizofrenia incipiente ainda que lentamente, ocorre uma mudança no curso do comportamento da pessoa, na personalidade patológica não. Na revolta típica da adolescência sempre haverá um motivo razoável que justifique o comportamento, principalmente se os pais tiverem muitos conflitos entre si.


A Família do esquizofrênico

O paciente esquizofrênico sofre intensamente com sua condição e sua família também, não há como isto ser evitado. Infelizmente os programas político-sociais de reinserção dos doentes mentais na sociedade simplesmente ignoram o sofrimento e as necessidades da família, que são enormes. Esta é vista como desestruturada, fria, indiferente ou mesmo hostil ao paciente. Da mesma forma que o paciente esquizofrênico sofre duas vezes, pela doença e pelo preconceito, a família também sofre duas vezes, com a doença do filho e com a discriminação e incompreensão sociais. Num país pobre como o Brasil, a assistência à família do esquizofrênico tem que ser um programa governamental indispensável, para que se possa preservar o desempenho social (estudo, trabalho, profissão) dos parentes dos pacientes esquizofrênicos. O nível de recuperação que se tem com o tratamento da esquizofrenia é muito baixo; os irmãos saudáveis desses pacientes devem ser amparados para não terem suas vidas impedidas de se desenvolver por causa da esquizofrenia de um irmão.

A título de reumanização do tratamento dos esquizofrênicos, pretende-se fechar os hospitais psiquiátricos alocando-os para outros serviços que não incluem atendimento às necessidades dos parentes dos esquizofrênicos. Como está, esse projeto não apenas piorará a situação do paciente, como também de sua família.

Os problemas que geralmente ocorrem na família dos esquizofrênicos são os seguintes:

* Pesar... "Sentimos como se tivéssemos perdido nosso filho"
* Ansiedade... "Temos medo de deixá-lo só ou de ferir seus sentimentos"
* Medo... "Ele poderá fazer mal a si mesmo ou a outras pessoas?"
* Vergonha e culpa... "Somos culpados disso? O que os outros pensarão?"
* Sentimento de isolamento... "Ninguém nos compreende"
* Amargura... "Por que isso aconteceu conosco?"
* Depressão... "Não consigo falar nisso sem chorar?"
* Negação da doença... "Isso não pode acontecer na nossa família"
* Negação da gravidade... "Isso daqui a pouco passa"
* Culpa recíproca... "Não fosse por aquele seu parente esquisito..."
* Incapacidade de pensar ou falar de outra coisa que não seja a doença... "Toda nossa vida gira em torno do nosso filho doente"
* Problemas conjugais... "Minha relação com meu marido tornou-se fria, sinto-me morta por dentro"
* Separação... "Não agüento mais minha mulher"
* Preocupação em mudar-se... "Talvez se nos mudarmos para outro lugar as coisas melhorem"
* Cansaço... "Envelheci duas vezes nos últimos anos"
* Esgotamento... "Sinto-me exausto, incapaz de fazer mais nada"
* Preocupação com o futuro... "O que acontecerá quando não estivermos presentes, o que será dele?"
* Uso excessivo de tranqüilizantes ou álcool... "Hoje faço coisas que nunca tinha feito antes"
* Isolamento social... "As pessoas até nos procuram, mas não temos como fazer os programas que nos propõem"
* Constante busca de explicações... "Será que isso aconteceu por algo que fizemos para ele?"
* Individualização... "Não temos mais vida familiar"
* Ambivalência... "Nós o amamos, mas para ficar assim preferíamos que se fosse..."



(fonte:www.psicosite.com.br)

Esquizofrenia


Esquizofrénicos apresentam mutações genéticas únicas


Chicago, 28 Mar (Lusa) - Os esquizofrénicos apresentam um grande número de raras mutações genéticas que interrompem o desenvolvimento cerebral, segundo um estudo hoje publicado na revista Science.
As pessoas que padecem desta grave doença mental têm três a quatro vezes mais anomalias genéticas raras do que as pessoas sãs, e estas mutações afectam os genes que regulam o funcionamento do cérebro.
Estas anomalias podem consistir na supressão ou na duplicação de cadeias de ADN e diferem segundo os doentes, sendo que as marcas genéticas da doença são diferentes entre si e únicas para cada doente.
“Supomos que a maior parte das pessoas que sofrem de esquizofrenia têm a doença por uma razão genética diferente”, afirma Mary-Claire King, professora das Ciências do Genoma, na Universidade do Estado de Washington, em Seatle, que colaborou neste estudo.
A esquizofrenia é uma doença mental crónica que afecta um por cento da população.
Os doentes sofrem de alucinações, ilusões, sentimentos de perseguição e pensamentos desorganizados, podendo alguns destes sintomas ser tratados com neurolépticos mas não podendo ser curados.
Os estudos precedentes estabeleciam que a origem da doença estava ligada a um conjunto de mutações genéticas correntes.
No entanto, este novo estudo vem sugerir que a assinatura genética da esquizofrenia, tal como a do autismo, é mais complexa do que se pensava até agora e implica uma dezena, ou até mesmo uma centena, de genes, cujo funcionamento foi interrompido por duplicações ou supressões no ADN.



Fonte :http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=926897

Esquizofrenia


Identificada zona responsável pelas alucinações auditivas em esquizofrenicos

Uma equipa de cientistas franceses identificou uma anomalia na região cerebral que conduz a alucinações auditivas, sintoma típico de esquizofrenia.
De acordo com os cientistas, existem dois tipos de alucinações auditivas na esquizofrenia: uma em que os pacientes ouvem vozes interiores (dentro da cabeça) e uma outra em que a alucinação auditiva vem do exterior.
Os cientistas do instituto francês CEA- Inserm, em conjunto com psiquiatras, avaliaram, através de imagens de ressonância magnética, a anatomia cerebral de 27 pacientes com esquizofrenia (12 deles ouviam apenas vozes exteriores e 15 ouviam apenas vozes interiores) e compararam os dados com os de um grupo de pessoas que nao sofriam da doença.
Em comparação com os voluntários sem a doença, nos cerebros dos doentes com esquizofrenia foi identificada uma irregularidade na região envolvida na localização espácio-auditiva (cortéx temporo-parietal do hemisfério direito do cérebro). Essa anomalia ocorre durante o terceiro trimestre da gravidez nos pacientes com a doença, a união entre os dois sulcos corticais está, naqueles que ouvem vozes exteriores, deslocada para a parte da frente do cérebroe, nos que ouvem vozes interiores, ela está situada na parte de trás do cérebro. Deste modo, e segundo os cientistas, esta é mais uma prova de que a esquizofrenia é uma doença provocada por uma diferença anatómica do cérebro.
Fonte:
http://portal.alert-online.com/?key=680B3D50093A6A002E42140A321A2A5C0B683E0A7607517B6F5A7C
PUBLICADA POR UMA MENTE INCONSTANTE EM 12/11/2009 09:35:00 PM

Esquizofrenia


Familiares de doentes com esquizofrenia são um importante factor anti-estigma

Estudo do Grupo de Investigação em Reabilitação Psiquiátrica do Serviço de Psiquiatria do Hospital de São João revela que os familiares de doentes com esquizofrenia contribuem pouco para o estigma social face à doença, no entanto consideram que os vizinhos poderão correr riscos.
“A relação da pessoa doente com os outros é o que mais preocupa os familiares dos doentes com esquizofrenia. Sentem-se seguros na sua relação directa com a pessoa doente, mas a vizinhança poderá correr mais riscos”, explica a coordenadora do estudo, Sara de Sousa.
Sara de Sousa conclui que “apesar dos familiares manifestarem atitudes positivas e pouco estigmatizantes para com os doentes, apresentam alguns indícios de estigma encoberto, no que diz respeito às relações da pessoa doente com os outros, que não familiares”.
“O estigma pode contribuir para a não adesão ao processo de tratamento e diminuir o potencial de recuperação do doente, podendo levar à recaída, com um forte impacto negativo na relação dos doentes consigo próprios, com a sua família e comunidade. Segundo as últimas directrizes (2009) da Associação Britânica de Psiquiatria, a Psicoeducação Familiar é uma das intervenções mais eficazes no processo de tratamento da Esquizofrenia, sendo um caminho a seguir nos nossos serviços”, alerta a terapeuta ocupacional.
No geral, os resultados do inquérito aos familiares sugerem que:• Não atribuem às pessoas com esquizofrenia a responsabilidade de estarem doentes;• Mostram preocupação e grande disponibilidade para ajudar;• Valorizam a toma da medicação e a assiduidade ao tratamento;• Não evitam dos doentes; não sentem medo e não os consideram perigosos;• O sentimento de pena está muito presente.
O estudo “Estigma nos familiares de pessoas com doença mental grave” foi levado a cabo junto de 40 familiares dos doentes da Unidade de Psiquiatria Comunitária e dos Hospitais de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hospital de S. João.





Fontes:


http://www.jornaldelousada.com/index.php?option=com_content&task=view&id=475&Itemid=118

Esquizofrenia


Mitos e verdades sobre a esquizofrenia


1. Nínguem se cura da esquizofrenia - a gravidade da doença varia de leve a grave. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a possibilidade de recuperação;

2. Portadores de esquizofrenia são violentos e perigosos - pessoas com esquizofrenia podem ter momentos de agressividade, quando em crise, mas em condições normais não são violentas.

3. Esquizofrenia é uma doença contagiosa - ela não é contagiosa embora a sua causa não esteja esclarecida, mas está relacionada com o funcionamento do cérebro.

4. A esquizofrenia é causada pelo tipo de criação recebida pelos pais - apesar da criação ser importante para todos, a esquizofrenia não está relacionada com isso.

5. Portadores de esquizofrenia não podem trabalhar - o trabalho ajuda no tratamento. Quando a doença afectar muito uma pessoa, trabalhos em ambientes protegidos, que respeitem as dificuldades da pessoa, podem ser os mais indicados. A inactividade deixará a pessoa ainda mais isolada.

Esquizofrenia


Como é que o cérebro de um esquizofrénico desenvolve a quarta dimensão?


A esquizofrenia adopta vários sintomas: vozes atormentantes que provém de janelas ou paredes e ilusões em que os doentes perdem a sensação de controlo dos seus próprios corpos e pensamentos. Porém, poderão ser todos esses problemas causados por um "relógio interno defeituoso"?A esquizofrenia parece afectar a percepção do tempo. Se se mostrar a um indivíduo esquizofrénico um flash luminoso e um som, separados por um intervalo de tempo de um décimo de segundo, o indivíduo tem certamente dificuldades em perceber qual foi mostrado primeiro. Alguns esquizofrénicos prezam também o passar do tempo de forma menos precisa do que as pessoas saudáveis. Estudos indicam que ao desregular os "relógios internos" de pessoas saudáveis, conseguem ser criados os sintomas e as ilusões associadas à esquizofrenia.Essa inconsciência relativa ao tempo, pode alterar a percepção em termos de acções para os esquizofrénicos, levando a que estes por vezes não tenham controlo relativamente ao seu próprio corpo.


Fonte:
http://www.newscientist.com/article/mg20427311.300-timewarp-how-your-brain-creates-the-fourth-dimension.html?page=4


Pesquisa comprova: chocolate faz bem ao coração

Alimento reduz aparecimento de doenças cardiovasculares e também os riscos de derrame, mas vale o alerta: em exagero, contribuiu para a obesidade


Agora é oficial: comer chocolate protege o coração (Medioimages/Photodisc)

Comer chocolate faz bem ao coração. Ao menos é o que indica uma pesquisa apresentada nesta segunda-feira no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Paris. De acordo com o estudo, o consumo do alimento está associado à redução, em um terço, dos riscos de doenças cardíacas. Além de reduzir em 37% as chances de males do coração, a ingestão de chocolate faz cair em 29% os riscos de acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. Os especialistas alertam, porém, que o consumo deve ser feito com cautela - já que o chocolate pode levar à obesidade.

Pesquisas recentes já vinham mostrando que o consumo de chocolate tem uma influência positiva na saúde, em função de suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Isso incluiria a redução da pressão sanguínea e uma melhora na sensibilidade à insulina (um dos estágios de desenvolvimento do diabetes). As evidências de como o chocolate afetaria o coração, no entanto, ainda permaneciam obscuras.

Pesquisa - Para responder a essa pergunta, uma equipe da Universidade de Cambridge, coordenada por Oscar Franco, realizou um revisão em larga escala de evidências existentes até aqui. Eles pretendiam descobrir como o chocolate influenciaria problemas cardiovasculares, como o infarte e o derrame. Foram analisados os resultados de sete estudos anteriores, que envolviam mais de 100.000 participantes - que podiam ou não ter problemas cardíacos. Os dados foram divididos entre os grupos de pacientes que apresentavam o maior e o menor consumo de choocolate.

Dos sete estudos analisados, cinco apontaram uma relação benéfica entre o alto consumo de chocolate e os riscos cardiovasculares. Não foi encontrada nenhuma redução significativa em relação à insuficiência cardíaca e nem houve diferenciação do tipo de chocolate – como o ao leite ou amargo. A pesquisa incluiu o consumo de barras de chocolate, bebidas, biscoitos e sobremesas.

Precaução – De acordo com os pesquisadores, os resultados devem ser interpretados com cuidado. Isso se deve ao fato de que o chocolate vendido comercialmente hoje é muito calórico – cerca de 500 calorias para cada 100 gramas. O consumo exagerado pode levar ao ganho de peso, o que pode acabar facilitando o aparecimento de problemas como diabetes e doenças cardíacas.