quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sinais de esquizofrenia são identificados em recém-nascidos


Imagens mostram cérebro de recém-nascido com alto risco para a esquizofrenia (esquerda) com ventrículos laterais maiores e um cérebro de um recém-nascido do grupo de controle. Crédito: John Gilmore, MD

Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, identificaram pela primeira vez anormalidades cerebrais em recém-nascidos com alto risco para a esquizofrenia. A descoberta pode levar a diagnósticos cada vez mais precoces do transtorno mental.

A esquizofrenia é um transtorno mental debilitante que afeta uma em cada 100 mil pessoas em todo o mundo. A maioria dos casos é detectada na adolescência ou na fase adulta, quando a pessoa passa a apresentar sintomas como delírios e alucinações, fazendo com que a intervenção terapêutica seja tardia.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores utilizaram ultrassom e ressonância magnética para examinar o desenvolvimento de cérebros de 26 recém-nascidos de mães com esquizofrenia (embora não se saiba a causa exata da doença, sabe-se que o fator genético é forte). A equipe observou que entre meninos o cérebro, com maior espaço entre os ventrículos laterais.

“É possível que o alargamento seja um marcador precoce de um cérebro que vai ser diferente?”, questiona John H. Gilmore, autor do estudo publicado no American Journal of Psychiatry. Os pesquisadores não encontraram diferença entre cérebros de meninas, o que reforça as conclusões, já que a esquizofrenia é mais comum – e muitas vezes mais grave – no sexo masculino.

“Estamos acompanhando estas crianças durante a infância”, diz Gilmore. “A equipe vai continuar a medir a inteligência das crianças, seguindo também suas competências lingüísticas, habilidades motoras e desenvolvimento da memória”. Os pesquisadores pretendem também recrutar mais mulheres para o estudo.

Apesar de ser um primeiro indício de que é possível encontrar sinais no cérebro de indivíduos na primeira infância, a equipe acredita que os resultados da pesquisa podem fornecer novas abordagens para impedir que crianças de alto risco desenvolvam a esquizofrenia. “A pesquisa vai nos dar uma ideia melhor de quando o desenvolvimento do cérebro se torna diferente”, ressalta Gilmore.

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