segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Existencialismo


Corrente filosófica que se funda na situação do indivíduo vivendo num universo absurdo, ou sem sentido, em que os homens são dotados de vontade própria. Os existencialistas sustentam que as pessoas são responsáveis pelas suas próprias acções, e o seu único juiz, na medida em que a sua existência afecta a dos outros. A origem do existencialismo é geralmente atribuída ao filósofo dinamarquês Kierkegaard. Entre os seus outros proponentes destacam-se Martin Heidegger, na Alemanha, e Jean-Paul Sartre, em França.Todos os indivíduos dotados de autoconsciência podem compreender ou intuir a sua própria existência e liberdade, daí que não devam deixar que as suas escolhas sejam limitadas por nada - nem pela razão, nem pela moral. Esta liberdade para escolher conduz à noção de "não-ser", ou "nada", que pode provocar a angústia ou o medo. O existencialismo possui muitas variantes. Kierkegaard salientou a importância da escolha pura na ética e na crença cristã, Sartre procurou combinar o existencialismo com o marxismo.

O pensamento filosófico dos autores existencialistas não se caracteriza nem por uma sistematização racional sobre a vida nem por reflexão abstracta e logicizante acerca do ser humano. O homem é o problema central do existencialismo, não enquanto ser abstracto, com uma natureza definida, mas como um ser concreto, que sofre, que trabalha e ama.

Para os filósofos existencialistas contemporâneos, a existência humana é entendida como algo demasiado fluído e rico e, por isso, escapa a todas as sistematizações abstractas. Assim, para estes autores, acima de tudo a vida é para ser vivida. Faz parte inerente da existência humana o devir, a inquietação, o desespero e a angústia. A existência é algo em aberto, sempre em mudança, e não há nenhum tipo de determinismo ou fatalismo.

A negação de um destino faz da vida um jogo de possíveis entre possíveis. Cabe ao homem, a cada instante, escolher, optar e, por isso mesmo, ele torna-se um ser responsável pela sua vida. A escolha humana traz consigo inevitavelmente a angústia e muitas vezes o desespero.

Para os existencialistas, o indivíduo não pode ser diluído e apagado num todo, uma vez que cada um é um ser concreto, único e de valor insubstituível. Por isso, nesta reflexão, o homem é sempre entendido como um ser individual e concreto, na sua vida quotidiana, no seu contexto particular, e nunca entendido como uma entidade metafísica e abstracta. Nesta medida, os autores existencialistas são aqueles que colocam a existência do homem no plano central das suas reflexões, como dirá Sartre, a existência precede a essência. O homem à partida não está definido, ele é um projecto em construção, cada pessoa é aquilo em que se torna consoante aquilo que faz.

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